um coração pouco maduro
Ao atravessar a rua, percebi entre as mesclas de cores de tantos automóveis, uma cortina de lembrança negra.
Posso dizer ao certo que não me lembro de certo o motivo que me fez lembrar de tanta tristeza.
Talvez uma engatilhada do destino, ou um tiro do meu próprio inconsciente...
São coisas da mente, que as vezes mente para a gente que não saber lidar com lembranças.
...Às vezes coisas da infância.
Ao atravessar a passarela, eu então me lembrei dela e lembrei do conforto dela; de quando eu estou com ela assegurado em seu cais.
Voltei para casa e da janela eu a enxerguei deitada no chão frio, dizendo como ali era tão macio e me chamando para entrar.
Deitei em seu ombro direito, senti o seu alento no meu ouvido esquerdo me fazendo cochilar.
Ela então me me perguntou qual era o lamento que me impedia de respirar.
[ ...Às vezes sentimentos de criança. ]
Ela então mandou eu encostar no chão, disse que não importava se estava frio, pois o atrito o aquecia.
Ela encostou seu ouvido nas batidas do meu coração e disse que não importava se ele estava frio, ela o aqueceria.
Desde então tenho me perguntado se certas lembranças do passado precisam mesmo existir.
Ou se são coisas do inconsciente que guerreiam com a nossa mente para tentar nos atacar!
Tenho muito o que pensar, nos olhos cor de mel, nas meclas do meu jardim, coisas boas que me ajudam a prosseguir.
[...Às vezes sentimentos de adulto, de um coração pouco maduro, que ainda não aprendeu a caminhar!]