Frio, sempre frio.
O inverno muda o escuro da noite,
Aquece meus silêncios,
No vento triste que judia
Das parcas flores da estação.
O frio que insiste em bater por aqui
Congela o orvalho fino da manhã,
Que manhosa se desdobra no horizonte,
Clareando minhas rondas.
O viço dos dias se esvai,
Com os trovões ao longe,
Que branqueiam em bailado,
Molhando a fria terra escassa.
E as lembranças tolas
De outras estações vem à tona,
Derretendo o orvalho dos olhos,
Os conduzindo face afora.
Ainda menos as parcas flores da estação
Rebrotam com a água que escorre
Pelos canais vicinais
Chegando até o coração.
E as lembranças tolas
De outras estações...