DESEJOS ÚMIDOS.

Oh mulher que irradia o meu encarne,

um eclipse suave me fascina

há um sopro que queima minha carne,

um desejo que ondula e me domina.

Mulher, vou confessar coisas que eu sinto,

o verso vai brotando e sai confuso,

um quadro quase tímido que eu pinto,

mas sílabas bem úmidas que eu uso.

Meus lábios são de mar, língua de rio

que corre na tua pele que é meu leito,

os beijos são rebentos do meu cio,

teus seios são as ilhas onde eu deito.

Eu quero te abraçar, quero ser mar,

e invadir o teu corpo continente

cantinho por cantinho te molhar

para dançar na música gemente.

Mulher, um só poema é muito pouco,

não sei se eu falo baixo ou dou um grito,

mas sei que te desejo como um louco

e escrevo com o anseio no infinito.