O AMOR PLATÔNICO ENTRE O SOL E A LUA...


O Sol disse à Lua:
- Como és burra e bela!
A Lua respondeu quê,
- Burra não sou eu,
apenas gosto mais da noite
e tu gostas mais do dia!

(Desencontrando-nos
podemos entrar nas folias...)

Por isso desfilo com estilo,
no céu sob a sua luz,
embora, luz escondida nos montes e noutro hemisfério...
Luz que me prateia e seduz!
O dia é quente
e eu sou vaporosa...

(Posso até me derreter,
mas somente por você...)

Sou  até impertinente...
Com medo do pavor
de entrar em polvorosa,
mas, posso ser parcimoniosa
quando estou no plenilúnio,
grávida por graça e obra...

(Credo em cruz!!!
Vamos mudar o curso da prosa?)

Jamais desposada, te espero, ciosa
ou, se não, permanentemente em TPM
somente por saber a ilusão de que um dia
tudo pode acontecer...
Inclusive, permanecer como estamos, no nada,
a não ter que virar piada!

(Valha-nos Deus!
Caminhar sem retorno é buscar um estorno...)
 
Em quê, o Sol a dialogar, respondeu...
- Nossa natureza é inversa...
Quando eu vou, tu vens, e vice-versa!
Assim justificamos os casais
que dizem se amar e terem amor,
mas vivem como um "az" e alimentados nos ais!!

(- Vamos acabar com os bolodórios?
Senão a poesia vira um relatório...)

Solitários na dor de A a Z
cultivando o dissabor.
Cada qual de per si
explode sua beleza
ao mundo aplaudir...
Sem nada a retribuir!...

(Parece um B.O. policial
numa Delegacia de âmbito criminal)

Necas de se entregar
pra não se exaurir...
Já existimos a trilhões de anos
e temos vida de cigano
vivemos de fases, promessas de mudanças,
mas nunca mudamos...

Melhor continuarmos assim,
pois, se nos aproximarmos...
Pode ser o fim...
O fim do luar...
Fim da picada...
e do brilho sem par...

Fim de toda luz, de todo lume...
De todo amor, todo o perfume
na destruição de cada flor... 
Já pensou?...
Fim do Sol em mim, de si, de per si...
Sol que torna toda cor cada cor...

Chova ou faça-se o azul no céu,
Não diremos mais: O céu, o Sol, a Lua...
Nem veremos um casal de namorados
sob a luz em meio à rua...
Fim de cada vida que há na luz do Sol!
Mas, que prevaleça o doce do mel...

(Mel é a minha cadela
e eu vivo e morro de amor por ela!)

E, foi-se, por assim dizendo,
a seguir o bate-papo,
a deixar o poeta a essa altura sem assunto
pra ir prosseguindo a conversa...
Deixemo-nos de tanta promessa,
pois, quem promete também vira defunto...

O Sol tem toda beleza ao seu dispor
a Lua a clarear a Terra
brilha intensamente nua...
E, ambos sonham um com o outro
sem ciúmes, desse ou daquel´outro,
pois são únicos, vivem em paz!...

Sem se cobrarem o troco, jamais,
pois, têm um amor biônico,
intensamente lindo e contumaz
cultivado e advindo do amor platônico...
Sonoridade extremamente alta
o quanto ultrassônico!

Sabor de vinho do mais velhinho
de uma vinha antológica...
Ponha-se à mesa uns versinhos
rítmicos, métricos e rímicos,  
subliminarmente lógicos
na logística dos estilos!!!  

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 01/02/2013
Reeditado em 02/02/2013
Código do texto: T4118170
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