AMOR PERDIDO
Quis o cruel destino
Que uma carta a ela chegasse
Coisa de desatino
Mas que gerou grande impasse
Depois de lê-la com calma
Chegou ao veredito:
Ele feriu minha alma
É traidor, o maldito!
Disse ela: isso é lei!
Não há explicação!
A culpa é certa, eu sei!
Exijo sua confissão!
O que podes tu dizer
Sobre esta carta maldita?
O melhor é esquecer?
Não ficar voltando a fita?
Homem velho e barrigudo
Seu amor não quero mais
Faça as malas, saia mudo
Enganou-me por demais.
Não sabendo reagir,
Frente à grande incompreensão
Tenho mesmo que partir
Chegou ele à conclusão.
Sem ter para onde ir
Uma casa improvisou
E vendo a vida ruir
Não resistiu, chorou...
É bom que ele fique assim
Sofrendo de montão
Pois se depender de mim
Divórcio,... não tem não!
O que tenho a ganhar
Com uma separação?
Nem de ônibus eu ando
Desta casa, ... não saio não!
Um ano se passou
E o amor esmaeceu
Ela, o pé não arredou
Ele, outra mulher conheceu.
Nela, bateu solidão
O medo de ficar só
Nele, arrependimento
E uma pena de dar dó.
Ele com outra, balela!
Disse ela ao saber
Não tem capacidade
Não tem o que oferecer.
Disso tudo duvidou
Mas a raiva apareceu
Contra os filhos se voltou
Até na cara bateu.
Depois de toda a confusão
Agiu de forma normal
Esperando pelo perdão
Esquecendo todo o mal.
Vem de volta com bagagem
Meu marido infiel
Separar não é vantagem
Não moro de aluguel
Prefiro junto morar
Como amigos, nada mais
Podemos até tentar
Mas dormir junto, jamais
A proposta ele aceitou
Sem nenhuma hesitação
Para casa retornou
Reatou a relação
Hoje ela não é rude
E isso ele compreendeu
Mas o amor da juventude...
Este, não existe mais, morreu...