Voragem

Menino dos olhos verdes e sorriso fácil,

Deixa o desenho da pele aparecer, mostra o princípio da quimera.

Olha distante a divisa do céu e mar,

Sente o vento - segue a rosa.

Menino d'água salgada e pele trigueira,

Desliga o mundo ruim e escuta a criança brincar.

A dor que antes desaguava os olhos, ecoa em riso.

A distância que corroía o peito desaparece em horas.

E a melancolia que azedou a boca, passa da minha pra tua;

Desaparece com o gosto da saudade, leva embora o pavor da tua ausência, e edifica redemoinhos de prazer.

Pra ruir no arrastar das horas, minguar ao raiar do dia,

E esvair-se no abrir da porta.

O baque surdo do batente clareia os olhos.

E a realidade do novo dia vem pesar o peito como não podia deixar de ser.

Arya
Enviado por Arya em 11/02/2013
Código do texto: T4133799
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