OUTONO

No outono, o abandono

Do cair das folhas no apático chão

Despregam-se das árvores, pequeninas partes

Se lançam na despedida de mais um verão

Em suícidios coletivos

Promovem tapetes naturais

Passarelas secas se enfeitam

Colorindo o passar da moça

Dos olhos verdes, secos

A lágrima se desprega, se despede do olhar

E verte a tristeza abandonando o corpo

Assim como a folha que se esvai, eu vou, vôo...

Em passarelas coloridas, em suícidios coletivos

Na despedida desesperada, na descomunal ânsia do reencontro!