ALMOUROL

Na nevralgia do Tejo

Estou amante e nervoso

Desejoso por tua volta.

Desde séculos a tua espera

Azeites de toda espécie

Correram pelas minhas paredes

E aqui escrevo teu nome enluarado.

Minha arquitetura é rude

Foi para os cristãos o clamor

Do paganismo muçulmano...

Nasci maometano e vi a cristandade

Me roubar colossal beleza.

Mas ainda estou bravo e retumbante

Colosso marginal no Tejo

Que guarda a saudade e te consola.

Quero te sentir agora

Viceral e suado como azeite

Choroso e eloquente

Para beijar-te como fortaleza.

Sou uma muralha encantada

Um castelo vivo pelo tempo

Repleto de estórias

Mas na tua espera

Pois quero que junto comigo

Escrevas as tuas memórias.

Marco Kbral
Enviado por Marco Kbral em 25/03/2013
Reeditado em 25/03/2013
Código do texto: T4206651
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