PRA SECAR A NOITE

Candelabros e poucas luzes.

Sob a mesa, as taças e os cristais.

No piso seco, passos rasos e escassos.

Na sensatez, os pratos.

Espalhados em porções,

Os sentimentos.

Medidos a garfo e faca,

Os sentimentos.

No bolero do violinista, o tempero azul do blues da piedade.

Engendrando a gangrena, que me assombra.

No vão, deixa em suspenso o que não foi dito,

E ainda sem palavras, é p lado afoito do grito.

Entre o desespero e a angustia:

Exaustão.

Voa longe,

Passarinho.

Para longe, o chafariz.

De água, deságua e passa.

Lentamente vai se rasgando,

Revelando o regalo,

De espasmos, o passado retorna em passos.

Descompasso.

Ludíbrio vertiginoso e ensanguentado,

Colarinho, cambalacho.

Que de luxuria me devora,

Em pedaços.