A ausência dos beijos teus

Por muitas luas, sóis; sonhei

que num belo amanhecer,

os teus lábios aos meus se uniriam,

num beijo de paixão e prazer.

Mas as luas se foram, os sóis também

e ficou só a mim, a olhar o amanhecer,

amanhecer sob o qual por tantas vezes

os lábios teus aos meus beijaram,

sempre ao dispor das primeiras cores do alvorecer.

Mas o perceber de se estar só, onde nunca se esteve

e/ou beijada foi, é morrer antes de nascer...

E eu morri... morri... e não sei se quero nascer.

A ausência dos teus beijos fez-me terra seca,

poeira a bailar nos acordes do vento;

os meus lábios fizeram-se seca de saudades,

de um beijo que nunca foi realidade;

de todos os amanheceres que acreditei

em teus braços estar, beijada pelos beijos teus.

Da ausência dos beijos teus,

Fiz-me! Andarilha perdida dentro de mim!

Mais um dia do beijo de minha existência,

Que sua ausência se fará pela a inexistência de um beijo.

Edna Maria Pessoa

Natal-RN, 13 de abril de 2013