ENTRE O CÉU E A TERRA
ENTRE O CÉU E A TERRA
Soltam se as rédeas...
Os laços febris da espera
A galopar pelo sertão
Céu sem sol,
Terra sem matéria...
O aço do vento veloz
Nos braços da poeira...
A louca vida guerreira
No encanto de um sonho santo...
Asas inertes no solo
Trêmulas aves rasteiras
A sangrar o mastro do sonho...
Quem já não fez se herói
Quem já não chorou
No sótão do coração!
Sentiu o frio da lua
A latejar nas pupilas...
E o ardor da paixão
A queimar na bravura...
De alçar por medo de amar
Por saltar feito as chuvas...
No pódio da razão argumentar
O ponto de partida...
Seguiu sem plantar margaridas...
Ao rumo do sensato...
Ao rumo do equilíbrio
Matou a célula do olfato...
Vai estrela anuncia
Mais uma noite ferida...
Aos pés dos silencio,
Á sombra da despedida...
Que meu grito solfejará amor
Sangrando flecha retida.
Poesia Marisa Zenatte
* Direitos Reservados