Amor contraditório
Em pranto alegremente rio.
Tomando de felicidade choro.
Estando do coração doente não morro.
Mas ”em vivo ardor tremendo estou de frio”.*
Vejo incêndio em dispersas águas frias.
Correntezas alimentam beijos em fogo ardentes.
A escuridão da noite ilumina meu dia:
Alegre e cinza que me atormente.
Se agora espero eternos dias para vê-la
quando a vejo não sei se valeu a pena.
Mas Deus sabe o quanto eu amo essa morena
que do meu céu é a mais bela estrela.
A minha amada e querida Dulcineia
que é mais formosa que uma azaleia.
* verso do soneto de Luiz Vaz de Camões