Um amor de poema

Desejos aflitos em provar amor

Urgência do paladar

Sentir com a ponta da língua

Sem míngua nenhuma

Não gosto de minguante

Gosto da lua sempre cheia

Em se mostrar linda e prateada

Assim serei sua amada, tua lua nova

Você será meu poema escrito na memória

Em tua pele rabiscarei meus versos

Te serei intensa...

Será minha recompensa

Pelos anos que me foram roubados

Por não ter-te ao lado

Por não ter sido eu sua namorada

Pelos beijos que perdi

Pelos sonhos que não vivi

Por não sentir o sabor dos lábios

De quem sempre queria ter amado

Pelo tempo desencontrado

Pelo vento tê-lo arrastado

Minha metade ter arrancado de mim

Te serei intensa...

Como uma felina no cio

Como brisa tocarei tua pele

E meu calor te causará frio

Deixando os fios arredios e arrepiados

Ao provar do meu beijo molhado

Em tua boca me farei pecado

Embriagada em poesia

As palavras se farão rimas

Em cima de lençóis macios

Com oliveiras estampadas

Com ramos desenhando as fronhas

Desalinhando os sentidos

Provaremos o fruto saboroso

Advindo dessa árvore milenar

Servindo-nos em lindas taças

O fruto proibido em coquetéis

Que faz sonhar os amantes

Embriagados em amar.