CÉU - DESTINO SOTURNO

À noitinha resolvi falar do silêncio que há em mim

E lembrei-me de todos os meus amores

E chamei vários nomes, feios, bobos...

Que faziam-me fugir do brilho encantado

Das cinéreas cores, do cinza azulado

Que conjuga o céu (destino soturno)

Como um grande arco-íris, de aquarela desenhado...

Como o teto que me diz qual limite de tempo,

De estrelas, brilhando em seu limiar.

Por isso...

Por isso fiz o absurdo

Um crepúsculo preparado

Um arrebol que me espera no azul tão fartado

No sangue ebúrneo do Ocaso, cipreste e calado

Como a taciturna noite que me leva,

Na efemeridade a meu lado

Chuvas,

Nos fulvos e flamejantes

Tetos de afeição

Chão que se desmancha!

Como alvéolos preparados para um esquife

E que por onde vou me sorri se abrindo...

Só que há em mim esta alegria sem sentido

E este adejo que me expurga aonde quer que vá

Esperem-me todos os limiares quando eu for incinerado

Pois a chuva passou e prometeu mais uma estrelinha no Céu

Estou pronto para a Vida

Estou pronto para nascer...

jairomellis
Enviado por jairomellis em 27/03/2007
Código do texto: T427910
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