Felicidade Amarga

Três gotas de alegria amarga; são sonhos!

Mas se são sonhos, por que o quase sangrar?

Seria a saudade quem não sabe perdoar?

Pois que transgride os meus dias risonhos.

São três sorrisos que devastam os tristonhos.

Sorrisos? Por que obrigam o entregar?

Dos momentos sonhos à certeza do findar,

Pois alimentam pesadelos bisonhos.

Ó Divino! De estraçalhar-me cesse.

Arranque os espinhos deste padecer.

Genuflexo, arremeto-te a prece.

Pra este sorriso não me enlouquecer

Nesta amargura venço meu estresse

De minhas três gotas preciso pra viver.

Três doces bem salgados apimentam-me com mel

Meus Anjos encapetados: Victor, Natasha e Gabriel

Nas amêndoas carameladas, Victor traz sua doçura

Num tufão que não faz nada, Gabriel, sua cara dura

Já Natasha é serena, à comover com sua candura

Vendavais bem sossegados, que aquecem-me no céu

Querubins apaziguados: Victor, Natasha e Gabriel

Nas procelas da menina, Natasha traz sua mulher

Com paciência irrequieta, Gabriel diz o que quer

Já o Victor soberano, nem um porém, nem um sequer

Turbilhões em calmarias, e mais carícias no cinzel

Três pétalas incandescentes: Victor, Natasha e Gabriel

Sem respostas à mil perguntas, Victor traça seu destino

No caminhar “aborrecente”, Natasha busca um desatino

Já Gabriel na paz perene, repousa o sono do menino

São três gotas amargas de uma felicidade que somente se dá no reencontro. São três gotas que já se colocam prontas para rolar logo depois do primeiro beijo. Como lidar com tantas felicidades, se cada uma delas possui uma tristeza prima a espreitar pelo desenlace da alegria furtiva?