Descaso de Amor
Você mora
Na sacada de minh'alma
Veste o traje luzente de Rei
Esnoba meu ingênuo amor
Sob dura sentença de Lei.
Você impõe
Embargo amargo de carícias
Esbanja desdém, presunção.
Encarcera o amor sem dó e,
Afasta de cena a paixão.
Você procura
Uma saída limpa, elegante
Como se sentimento se comprasse,
Usasse e cinicamente o devolvesse:
"Não preenche as necessidades de amante".
Agora estou
Sem som de amor e de beijos
Boneca de pano, esvaída e triste
Num tempo que não é meu,
Num reino que não existe.