Na Penumbra do Quarto...


Lá fora a chuva se faz presente
Pessoas se enrolam no cobertor
É na hora de dormir que mais a gente sente
A falta que faz um grande amor
O espírito não se olha no espelho
A solidão ameaça desabar como um pesadelo
Mesmo assim ouso nos sonhos acreditar
Me deito com a pureza
Da moça que sonha em um dia amar
Sobre o criado-mudo
Nenhum bilhete de amor
Um suspiro profundo
Pele quente sob o cobertor
Na janela vejo um clarão riscar o céu
O travesseiro é testemunha
Chove amor dos olhos negros de Raquel
Se ele estivesse aqui seguraria a minha mão
Me acordaria entre beijos
E me entregaria uma flor ainda em botão
Que desabrocharia diante do meu sorriso
Na penumbra do quarto
Meu pequeno paraíso
Iria até a janela
No meio das cortinas de poá
E me entregaria como uma donzela
Que de tanto sentimento
Faria aquele velho rapaz chorar
Só deixaria a flor cair ao chão
Quando estivesse aninhada nos seus braços
Ouvindo as batidas do seu coração
Dando-te todo o meu carinho
Macia como a rosa que me destes
Perfumada e sem espinhos...





                                                         


Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 29/05/2013
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