Fenece

Fenece

As nuvens cobrem o céu

Navego cego, ao léu

Escondem meu vital sol

Perdido, não vejo o farol.

Estou à mercê do destino

Sem razão, objetivo ou tino

Nem mais tenho ou emito opinião

Covarde, nem opto entre o sim e o não.

Não decido entre partir ou ancorar

Se for nem sei onde quero chegar

Caso fique, nem entendo o motivo

Inexiste qualquer tipo de objetivo.

Confuso, não sei mais o que sinto

Respondo coisas sem sentido, minto

Completamente tonto neste imenso labirinto

Embriagado na sua fonte de absinto.

Enquanto tento me achar sem GPS

Lentamente, você me esquece

O que me resta de sanidade enlouquece

E a última flor dolorosamente fenece.

Leonardo Andrade