O presente

E se, sem aviso ele voltasse,

Sem pedir licença ou permissão

Com toda intensidade lhe aparecesse

Desprezando o bom senso, a razão?

Suave como o vento ao poente,

Leve como pluma flutuante

Viesse brincando, alegre, contente,

Luminoso, aéreo, brilhante.

E se, sem aviso ele tornasse,

Sua solidão, lágrimas, amarguras,

Na esperança que sempre renasce?

Quando esse menino acerta sua flecha,

Cupido, traz ao coração a ventura,

A porta que ele abre, jamais fecha!