Versos

Antecipo-me às tuas palavras.

Sou nascida das prosas soltas e sem horas.

Embriago-me de liberdade e não me abstenho do abstrato.

Do nada concreto que nunca fui, sou solta em versos e presa em canto, com encanto.

Nascem flores das minhas mãos quando eu passo a mão pelo teu cabelo.

Me oponho aos extremos quando me visto de guerra para te dar paz.

Suicido a voz quanto te falo em nós.

Canto doce e suave entre nossos lençóis.

Teu sonho perene, inflável feito balão, necessita dos cuidados de uma semente.

Tanta luz, tua mente e teu, corpo sentem.

Versos seus já são nossos.

Versos meus já são teus.

Versos nossos já são meus.

São nossos os versos e nós.

Débora Andrade