Não Devia
Dê-me um minuto só pra que eu lhe diga,
Que o meu nada foi um triste medo.
Não se oriente pela esperança perdida.
Busque ver só o que eu vejo.
É que os planos em névoa sombria,
Sobrepuseram-se sem minha vontade.
E enquanto sonhava com o verão que partia.
Invernei com desprezo a nossa verdade.
Calculei com pressa o nosso futuro,
Não soube somar o que nos convinha.
Perdi-me no vago, num amargo puro.
E julguei ter nos braços o que eu não tinha.
Não soube ver-te como deveria
Deveria ficar; bem mais firme ao seu lado.
Agora é o que peço, veja que eu me iludia
Buscando achar o que já havia encontrado.
Agora busque ver só o que vejo,
Não se oriente pela esperança perdida.
Vê que o meu nada foi um triste medo.
Dê-me um minuto só pra que eu lhe diga.