O luar quando bate na relva...

O luar quando bate na relva
Não sei que coisa me lembra...
Lembra-me a voz da criada velha
Contando-me contos de fadas.
E de como Nossa Senhora vestida de mendiga
Andava à noite nas estradas
Socorrendo as crianças maltratadas...
Se eu já não posso crer que isso é verdade,
Para que bate o luar na relva?

( Alberto Caeiro – um dos heterônimos de Fernando Pessoa)


Alguém parou para olhar a Lua?

Para que brilha a Lua no céu?
Se não for pra encantar
Pra seduzir
Pra fazer sonhar
Por que será?

A Lua tem um quê de magia
Se anuncia sem se revelar
Aparece aos pouquinhos
Dá os seus sinais de mansinho
E repentinamente
Surge esplendorosa no céu

Sou fascinada por ela
E acho que todos os apaixonados
Também são


E não é que ela nos dá lições de sedução?


A Lua não se mostra inteira
Á primeira vista
Ela faz charme
Brinca de esconde-esconde
Vai não sei pra onde
Faz dengo
Faz jogo
e até tripudia
à sua maneira
quando desaparece
na escuridão

Quando reaparece
Deslumbrante
Ofuscando a visão dos amantes
Ela já passou pelo exílio
Foi Nova
Crescente
pra depois aparecer assim
Cheia
Exorbitante em beleza e brilho

E depois do apogeu
De refastelar-se de pompa e glória
A Lua quer descanso
Dos holofotes
E vai diminuindo
Aos pouquinhos
Até se resguardar completamente
Dos olhares carentes
Pedintes
De todos aqueles seus súditos
Que têm na Lua
toda uma inspiração
De amor



Pois se um amor se vai
Se o amor se esconde
Se o amor vai ficando na saudade
A Lua Cheia
A mais brilhante e sedutora
Traz em si a esperança
De um novo recomeço
O amor renascerá
Voltará a preencher os corações baldios
A botar brilho nos olhos
E tornar uma vida plena
Em todos os sentidos
Ah, essa Lua cheia
Ah, essa Lua de fases
Ah, essa magia infinita!


Quantos ais cabem numa Lua assim?

amarilia
Enviado por amarilia em 22/07/2013
Reeditado em 23/07/2013
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