O Poeta e a Dançarina...
Como fosse simples nesse bar,
Escrevo sem razões,
Esses versos infinitos como o mar,
Lamentando minhas decepções...
Passo observar no salão,
Uma jovem de quadris sem igual,
Que requebra como poesia o seu ventre,
Numa dança de beleza desproporcional...
Penso até que é efeito ardente,
Dessa branca que queima meu peito,
Minha caneta e meus olhos não mentem,
Seu mistério mais que perfeito...
Ela pára com seu umbigo,
Roubando meus poemas e me torturando,
Escraviza minha atenção,
Lentamente vai me hipnotizando...
Deixo de ser um poeta embriagado,
Para devotar essa princesa,
Passo a ser um súdito apaixonado,
Desse corpo que é a magia da pura beleza...
Eternizo essa imagem surreal,
No meu guardanapo improvisado,
Desde os olhos ao corpo escultural,
Essa dança me deixa alucinado...
Travo uma guerra secreta,
Contra meu sorriso e o seu olhar,
Nesse bar, só eu, poeta,
Condenado por toda a noite te amar...
E se jamais voltar a vê-la,
Nada há de se apagar,
Um poeta e uma dançarina,
Amaram-se sem palavras nesse bar...