O Poeta e a Dançarina...

Como fosse simples nesse bar,

Escrevo sem razões,

Esses versos infinitos como o mar,

Lamentando minhas decepções...

Passo observar no salão,

Uma jovem de quadris sem igual,

Que requebra como poesia o seu ventre,

Numa dança de beleza desproporcional...

Penso até que é efeito ardente,

Dessa branca que queima meu peito,

Minha caneta e meus olhos não mentem,

Seu mistério mais que perfeito...

Ela pára com seu umbigo,

Roubando meus poemas e me torturando,

Escraviza minha atenção,

Lentamente vai me hipnotizando...

Deixo de ser um poeta embriagado,

Para devotar essa princesa,

Passo a ser um súdito apaixonado,

Desse corpo que é a magia da pura beleza...

Eternizo essa imagem surreal,

No meu guardanapo improvisado,

Desde os olhos ao corpo escultural,

Essa dança me deixa alucinado...

Travo uma guerra secreta,

Contra meu sorriso e o seu olhar,

Nesse bar, só eu, poeta,

Condenado por toda a noite te amar...

E se jamais voltar a vê-la,

Nada há de se apagar,

Um poeta e uma dançarina,

Amaram-se sem palavras nesse bar...

Rodrigo Paulino
Enviado por Rodrigo Paulino em 11/04/2007
Código do texto: T445856