AGONIA

Porque a dor que me enlaça não magoa o corpo, mas a alma,

é espada dilacerando sem fluir sangue e me deixa agonizante,

é manancial de agônico êxtase borbulhando no âmago, fundo,

é suprema dor capaz de matar sem fazer morrer, é só sofrer

Dor que permanece implacável, sem tempo para ter fim,

sem hora para acabar, impetuosa, enraivecida, furiosa,

e a alma que a sente chora, anda de um lado para o outro,

sem nenhuma saída, portas e janelas da vida trancadas, longe

Tamanha é a dor que, cotidiana, já se tornou alma gêmea, irmã,

anomalia agregada aos fios do espírito, entrelaçada, sem dó,

que atravessa de um extremo ao outro e faz tremular a emoção,

não é apenas dor, é agonia, é paz que não existe, guerra sem armas.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 22/09/2013
Código do texto: T4492966
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