SANGRARE
Te amar assim despudorado e só
é uma súplica indecente
tomateando da terra
a alegoria do ar
Tenho na voz o eco das tumbas
e o sangrare dos motores escorrendo a sombra,
vagueante enraízo sonho chão adentro
gritando salinidades da tua vulva eruptiva,
quando os anoiteceres ruivam-se das carnes vibrantes
da melancia soprana
Opostos, os castelos do caos e Amor
estradivariam a embriaguez da andança
e aprendo o fantoche da promessa
sentenciado ao inescrúpulo do teu corpo
que formata árvores e flores no meu jardim,
pois só conheci o abismo
quando urrei nas tuas entranhas
o poder das orações blasfêmeas