Rascunhos

Desenhar o sopro estendido nas dunas.

Levemente contornar as sombras dos braços.

Roubar das mãos da natureza o pôr-do-sol.

Imaginar sem estar flutuando...

Alimentar com poesia as marés.

Polir com saliva os vocabulários,

Martirizados no esquecimento de alguns.

Sugar o sal na nudez das palavras.

Inevitavelmente amar!

Saber ser o instante.

O vendaval.

E o puro enigma.

(Carlos André)