ETERNIDADE


“Eu não quero, se for possível,
que meu benefício desapareça
mas que viva e dure toda
a vida de meu amigo”.
Seneca


Em meu jardim há rosas:
Eu no-las quero te dar,
as rosas que amanhã ...
pela manhã já não terás

No meu jardim existem aves
com cantos de cristal:
Não te dou, porque tem
asas para voar ...

Em meu jardim abelhas
Fazem delicado favo de mel,
Doçura de um minuto ...
Não quero te dar !

Para você o infinito
ou nada ; o imortal
ou essa muda tristeza
que não entenderás...

A tristeza sem nome
de não ter que dar,
a quem leva na fronte,
algo de eternidade ...

Deixa, deixa o jardim ...
não toques no roseiral:
As coisas que morrem
não se deve tocar.

Tradução do Espanhol de Elzana Mattos
poema de Dulce María Loynaz
Dulce Maria Loynaz
Enviado por Elzana Mattos em 24/10/2013
Reeditado em 24/10/2013
Código do texto: T4539604
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