Quatro estações

Tudo estava em tom castanho ninho abandonado, estranho

O trinado gorjeio dos passarinhos, canto brejeiro do canarinho

Foram-se. Atrás das velhas cores noutras terras, novos amores

Permaneço. O movimento do ar arrasta as folhas nesse vento

Minha vereda: arvores secas através do canteiro da alameda

Trilhas da vida sem rastro, a caça de um lastro sem medida

Ruas estão vazias, falta coragem para enfrentar a rajada fria

Recolho-me à leitura viajo num livro e enfrento a clausura

Por remédio chocolate quente por tédio DVD um envolvente

Vida e poesia, as rugas no calendário e as rimas no dicionário

Traçando o meu destino e no confessionário o meu desatino

Vem a chuva e molha a paisagem pondo fim à longa estiagem

Nesta paisagem inodora um novo sol ao despontar a aurora

A semente que brota a folha que volta esperança viravolta

O tímido ramo se agiganta, suporta o rebento que se adianta

O incógnito matiz remete ao campo dos sonhos mais sutis

A natureza em ato de sublime ardor expõe a beleza em flor

Em particular essa rosa entre as tantas por demais formosa

Que não vem só da terra, mas no sopro do céu que a encerra

Primazia das estações trazendo o espetáculo de pura paixão

E no carnaval da emoção um raio dourado leva meu coração

Sentado neste barco antes errante assume meu comandante

No justo rigor sinto-me discípulo obediente do Mestre amor

Assim o mais instigante é viver a verdade: amar é o bastante.

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http://www.youtube.com/watch?v=GRxofEmo3HA

James Assaf
Enviado por James Assaf em 22/11/2013
Reeditado em 16/11/2014
Código do texto: T4582114
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