MOMENTOS

MOMENTOS …!

A passo lento, caminho

Na vereda que é a vida!

Olho-me ali , tão sozinho

Abraçado à dor sentida!

Sem rumo, mapa, sextante,

Lavro as lágrimas e solidão,

Sem nada no peito, na mão,

Nem sei se sou pagão ou crente!

Uma foto sem me sorrir

Desafia meu corpo só,

Que mesmo eu tenho dó

Do palpitar ou existir !

Clamo teu nome, imploro

Ao sol que noite seja

Já que a Lua não me beija

E, dilacerado, choro!

Vejo um ninho de melro

Frágil com o passarinho,

Aconchegado, franzino,

Como o coração qu’encerro!

Não sei se sou aquele barro

Que cobre a estrada sinuosa,

Ou manto da orvalhada

Nascida das lágrimas

De estrelas, que brilham sós!

A pedra onde me sento

É a mesma que me recosta

Pensamentos de viagem.

Oh! Caminheiro caminhante,

Vestido no molde do poema

Rasgado no silêncio do belo!

És fresco como o orvalho de pérolas

Que grinaldam a pequena flôr

No crepúsculo da manhã!

Tens no passo andante

Sonhos que não sonhaste,

Ontem sem hoje, tempo sem tempo,

Cascata sem rio, mar sem vagas,

Mas encerras no peito a fé

De Ir mais longe, sem mirar p’ra trás,

Porque além fica o futuro

Da vida que tem vida

Para viver, para navegar!

Coimbra, 2011.06.20

José Domingos

(poema inédito...apesar do tempo passado!)

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 23/11/2013
Código do texto: T4583721
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.