Desejo

que não fosse a cara metade

mas que a parte que fosse

se encaixasse suavemente

profundo, além da carne

que não compreendesse tudo

não soubesse dos meus versos

nem o óbvio...mas que me sentisse

em tempo, escorrendo poemas

entre poros, veias e pernas

que não viesse com a sutileza

dos romances mais adocicados

mas, de espada em punho

me arrebatasse das raízes

bravo, bruto, e dono

feito guerreiro talhado

no sangue que verte da lida

que não me fizesse sua

por honra ou força

mas entregue e cúmplice

pela força do inexplicável

do incompreensivel, do mistério

que em si carregam

os sentimentos mais nobres

que não fossem nossos todos os dias

mas que nos soubessemos além

do tempo, da distância, da falta

e que, ao adormecer

o meu dia no seu, o seu em mim

fôssemos promessa

não de eternidade, mas de plenitude

pelo tempo que fosse.

Monica San

Monica San
Enviado por Monica San em 02/12/2013
Código do texto: T4595960
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