Torta de amora

Renasce com o dia a serenidade

que buliu com o ontem fazendo o momento

esculpindo o hoje de um modo mais tenro

fundindo o amor e rejuvenescendo.

Seduzido no deserto pela miragem

fica quase abolida a palavra “sozinho”.

Mil dentes surgem sem prévia censura

fazendo abrigo no corpo vizinho.

Fez-se vida no horizonte do sortilégio

jogada ao vento no intento da vela.

As águas singelas, um sol amarelo

nos pés os chinelos de couro bem fino.

Há aquela clara linha de guarda e guia

caminho da senhora, do guri, da guria

alegrando o coração no calor da emoção

tornando a ação repleta e divina.

A essa linha tênue se deixa um pedaço

não da paz, não do corpo, da alma tampouco.

O pedaço que nutre, que fleuma e flora

com a cor e o sabor de uma torta de amora.

André Anlub®

(14/11/14)

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