JÁ ERA TEMPO...
Era junho e a tarde ia-se
E via-se o sol beijar o mar
Cortavam aos céus, as gaivotas
Desnudava-te inteira o meu olhar
Seria uma tarde como tantas outras
O sol já ia, ao seu mergulho lhano
E eu, olhava-te como quem esculpia
A eterna obra-prima de tantos anos
Chegava até mim, tão provocante
O som contagiante da tua voz
Outras pessoas, até tentavam
Mas, aquele instante, pertencia a nós
Era tarde e a tarde ia-se tão fugaz
Cobrir-se em seu véu... Misteriosa!
Dali a pouco, veríamos as estrelas
E estas, menores que ti. Ó majestosa!
Já era tempo... Agridoce veio junho
E eu, via-me em gestos tão apartados
Mas, ao nono dia, lá estávamos nós
Entre sussurros intensos e beijos cálidos.