Cartas para Madelyne "Crescer"
O Carinho que eu lhe tinha
Guardei numa singela caixinha de cedro negro,
Dentro de uma charmosa cômoda de pinheiro,
No quarto da minha antiga casa de carvalho.
Ele cresceu e virou Querer e a caixinha minguou.
Coloquei-o num vaso bonito e bacana
Pintado a mão, com os dizeres: "cuidado frágil"
E botei lá, próximo à janela
Com sol que o banhava todo dia.
E o tal Querer pareceu gostar.
Não parou, cresceu, como é mesmo o nome?
"Paixão."
Mudei-a para frente da minha casa,
Onde suas folhas avermelhadas
Se agitavam com o vento e pareciam vivas
Fortes, desejosas, quentes...e cresceram...e cresceram...
Eu não sabia que Paixão ardia assim,
Consumindo tudo que havia em mim,
Queimando tudo que existia ali, enfim,
Varrendo tudo que construí.
E, em meio as cinzas do meu passado,
Ela floresce, vibra, pulsa...
Invicta e orgulhosa em meio ao caos.
E não para de crescer,
Com novos cuidados, com novas folhagens, com novo nome...
" **** "