Ao teu perfume

Ao teu perfume, amado,

Não peço perdão

Por não ter me afastado.

“Pode me beijar, eu deixo.

Seguras bem de leve o meu queixo“

As pontas de seus dedos insistentes

Assanham minha boca ardente

Arranha.

Minha carne vermelha esquece

E mais uma vez você desce

Os dedos no meu coração.

Não.

Eu te conheço como a mim mesma,

E como os botões que se abriram.

Sua mão caminha sem destreza

Seus olhos perseguem meus desejos

E os sinais claros de que o beijo

Só morreu pra que nascesse mais paixão.

Brincos, sapatos, cintos.

Arrasta-me para a cama que não pode,

Rósea como sua pele excitada, ela geme, se sacode.

“Não grite”, uma ordem quase mortal.

Deixas de lado as mãos e... Deixa-me suspirar...

A blusa já está no chão,

“O que mais posso esperar?”

Hum, lembro-me de te ouvir dizendo,

Algo sobre estar enfermo.

Percebi pela febre do seu corpo

Que se lançava a esmo,

Pela mão na coxa e pelo quarto negro.

Fernanda Pessoas
Enviado por Fernanda Pessoas em 28/04/2007
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