Ao teu perfume
Ao teu perfume, amado,
Não peço perdão
Por não ter me afastado.
“Pode me beijar, eu deixo.
Seguras bem de leve o meu queixo“
As pontas de seus dedos insistentes
Assanham minha boca ardente
Arranha.
Minha carne vermelha esquece
E mais uma vez você desce
Os dedos no meu coração.
Não.
Eu te conheço como a mim mesma,
E como os botões que se abriram.
Sua mão caminha sem destreza
Seus olhos perseguem meus desejos
E os sinais claros de que o beijo
Só morreu pra que nascesse mais paixão.
Brincos, sapatos, cintos.
Arrasta-me para a cama que não pode,
Rósea como sua pele excitada, ela geme, se sacode.
“Não grite”, uma ordem quase mortal.
Deixas de lado as mãos e... Deixa-me suspirar...
A blusa já está no chão,
“O que mais posso esperar?”
Hum, lembro-me de te ouvir dizendo,
Algo sobre estar enfermo.
Percebi pela febre do seu corpo
Que se lançava a esmo,
Pela mão na coxa e pelo quarto negro.