Sem Tinta

Tua caneta sem tinta

Fere-me, a folha inteira.

Quando passa, me amassa,

Suja-me sem me sujar.

Não existo pra esta falta de cor

Não aprendi a ter estas marcas.

Não é porque se achas leve

Que irás me levar.

Confesso, já peço, já nutro não ter.

Tentei viver do não visto,

Dos olhos focados, do falso...

Não dá!

Se já riscou o mundo inteiro

Qual pouco sobrou em ti?

Minha pauta quer tinta nova

Amor novo pra se pintar.

Descanse do teu esforço, da ira no rabiscar

Já pinga a presença do nada...

Ou faça em mim arte escrita,

Ou desista. E se vá!

Victor Nogueira
Enviado por Victor Nogueira em 18/02/2014
Reeditado em 20/02/2014
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