ÍNGREMES CAMINHOS


Eu venho das imponentes montanhas verdes,
cortadas por rios transparentes, que rasgam
o ventre da mata, musicando o barulho das
águas em suaves arpejos.
Na estrada, ficaram marcas pisadas pelos pés,
cinzelando rastros calcinados pelo sol.
No chão onde nasci , ficou o bálsamo angelical e ingênuo,
junto à gente que só tem amor e carinho no coração.
A madrugada despertou a noite, desapareceu no horizonte,
exalando serenado aroma que convida desvendar os mistérios perdidos,
sem encontrar respostas às minhas fantasias.
Encontrei no caminho o ser humano, alegrias, tristezas e incertezas
em rostos anônimos, absortos no silêncio da amplidão.
Gravou-me o rastrear de estrelas flutuando dentro dos olhos,
como se fossem vaga-lumes, luzindo na noite escura.
Atravessei terras safaras, expulsando os fantasmas
da saudade, para mostrar aos deuses uma sentença,
matizada no coração flechado, para fazer constante
o tempo e pintar o mundo de sonhos coloridos.
Eu cheguei para apostar que já não eram do sol os abraços
que acarinhavam meu abandono eram os teus e foi em ti,
no teu regaço, que meu corpo aquecí envolto de amor.

Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 30/04/2007
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