NOSSAS MÃOS

Vem

Dá-me a tua mão

Penteie meus cabelos

Me incite ao indubitável

Faça de tuas mãos uma almofada

Deleite.

Mãos morenas. Calejadas.

De ti mesmo sei quase nada

Mas como posso eu

Fingir estar inóspita

Assim que tão bela imagem

Me corroeu?

Mãos que escrevem

Dão vida ao morto...

Revive corações. Sensações.

Convide-me a bailar...

E como posso eu

Ficar assim?

Me acriançar.

Agora

Olho para minhas mãos

Coloco-me a pensar

Pronto. Tudo exposto.

Mas, querido...

Onde estão as curvas do teu rosto?

Angélica Vespúcio
Enviado por Angélica Vespúcio em 17/03/2014
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