Valsa Sem Par

Se fosse fácil buscar,

igual a brincar,

ninguém estaria tão perdido

no mundo que tantas voltas dá.

Brincar é possível,

difícil é buscar.

Quantas vezes você não bate?

Quantas vezes vem o eco

e rebate?

É mundo sozinho.

Que se cria no vazio.

Não faz par.

Não faz dois,

nem com reza de três vezes.

Não adianta: se nasceu

pra ser sozinho;

nem adianta rastejar;

as estrelas se adiantam,

o sol se põe mais rápido,

e, você crescido,

se vê diante do nada

onde se sente um pálido.

Se tal fosse barril de pólvora

só faltava explodir!

De hora em hora!

É mundo largado,

cheio de gente enganalada,

pronta praá ir a festa

dos ninguéns.

Onde só servem restos

que pouco prestam!

Se subo, desço,

se adianto, atraso,

se fujo, me acham,

se choro

me mandam rezar.

É mundo enganado,

você não acha dois iguais,

pois cada um tá pro seu lado.

um não pergunta pro outro

que horas chega,

que horas vêm,

pra minha casa

fazer festa de criança!

Sem ela, sem ninguém,

onde só toca solidão pura

dos mais argutos maestros.

Uma valsa sem cura!

E vive só:

não procura mais.

Busca inútil.

Sua vida já se foi.

E o poeta de manjares

só diz:

Ida tem uma,

volta não tem mais.

roxy do rio
Enviado por roxy do rio em 29/03/2014
Reeditado em 26/07/2014
Código do texto: T4748351
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