Tinha Tudo Pra Dar Certo
Com sinceridade de
gente bem apessoada,
com sinceridade morna
de pessoa bem gabaritada,
olhos nos olhos
e só vejo vazio.
Pena, tinha tudo para
dar certo,
mas deu vazio !
Com toda minha sinceridade
e aprumo de idéias e
volúpias de sonhos,
penso no que seria se desse
certo: um sonho demais!
Mas não deu.
Cada um foi pra um lado.
Ela preferiu escaldar-se nas
montanhas
e eu fui calvagar
nas pradarias.
Duas coisas tão distantes
que dá medo só em
pensar que sinceridade
não é tudo na vida.
É verdade!
Se começou bem,
acabou mal.
Tudo porque gostávamos
um do outro.
Coisa simples de resolver
como calvagar num belo potro.
Mas ela não quis assim,
quis fugir.
Pra bem longe ela foi,
pras montanhas da
vida, se arrumou.
E foi vender seu prazeres
nas largas avenidas
do Deus dará.
Lá onde onde os homens
compram e se vendem no
mercado das almas.
Foi tudo muito simples:
um dia ela parou de
amar
e eu fingi que parei de gostar.
Resolvemos emudecer.
Resolvemos nos tornar
meio humanos
meio atordoados.
Ela foi para um lado
e eu me fui pro outro.
A história seria simples
se eu não fosse gente
de gostar até o fim.
Foi minha estrepolia.
Comecei a sentir falta
dela
e ela
nenhuma falta de mim.
Fiqei sozinho, como
uma estrela perdida no espaço.
Com toda sinceridade,
nem ficou amizade!
Poderia ser diferente,
mas, inexplicável, não foi!