Onde Morre a Luz
Não, não era uma vez,
que
foi levantando
o pó da vida,
que encontrei você
agastada,
no meigo mundo
que te fizeram.
Foi erguendo bandeiras
dos sem pátrias,
foi carregando espadas
sem nome,
foi empurrando as cinzas,
e sufocado com minha
própria voz,
que consegui,
em,
era uma vez,
te conquistar.
Mas foi por pouco,
muito pouco,
que sua vida não foi
minha vida.
Um cavaleiro de
cisco dourado
sobrejou da esquina
e, soberbo como
as cotovias da primavera,
chamou pelo seu nome
e levou você e minha dor.
E era uma vez,
e, nunca tive
a vez,
sem hora marcada,
sem dono,
atrelado à dor
de um pássaro
ferido,
que, penso agora,
cadê você?
morreu,
dentro de minha luz,
meu céu,
às doze horas,
lá se foi,
minha doce
amada.