Sem Laço, Lá Não Vivo
Babilônia de meus dias,
fogo que arde no peito,
- suplício e fogueira -
traz a de nome Maria
para os amores e meus feitos !
A chama que arde,
é a mesma onde reside,
os faroleiros que anunciam
na sensação de perca,
na fuga do que durou até tarde.
Ave! Dos bilbodes!
Tudo agora é palha
pra Fogo de São João,
a sensação é de um pirotécnico,
que, no dia-a-dia,
nem encontros coletivos
agora tem.
Não tem Maria,
não têm jeito,
não tem fogo!
A viver só de vida é sonho,
é bombinha de festa,
é fogo feniano.
Dela, que deixou minha paz abalada,
num fogaréu pulado,
primário e grego,
com uma asa pra voltar
e outra pra rodopiar!
Hoje, ao recordar
nossa vida,
tenho certeza,
que se você soubesse
ao menos, que eu existisse,
me carregava brando, lento, delongo,
e correria aos meus braços.
Pois igual ao fogo de
Maria, não tem.
O resto é de mal agouro!
Se ela se tornou fogo
e caleja agora outro
corpo,
a culpa é minha:
Sou dois perigos,
uma pólvora de tempo,
um fósforo de alentar,
pra, uma hora, virar,
alternativa da saudade,
ou madeira de consumo
ingrato.
Volta, Maria alvissareira,
senão viro
fogo de bebedeira!