UM CANTO À LUA.
Na poesia mais concreta
abro a página secreta
dos meus versos já sem eco.
São suspiros de agonia,
são as frases mais sombrias
são murmúrios de um boneco.
Quem me dera se a esperança
renovada e bem criança
se fizesse em mim sentir.
Que viesse só um momento
ao meu peito dando o alento
e um motivo pra sorrir.
Surgiria lentamente
o prazer de ser vivente
pra ficar olhando o mar.
Ficaria ali esperando
feito um deus que beija amando
brancos raios do luar.
Quando a noite palpitante
me fizesse o seu amante
findariam-se os seus medos
Sob o céu misterioso
tomaria do seu gozo
confessando o meu segredo.
Por amar que eu sempre peco
e transformo-me em boneco
dessa lua tão amada.
O meu sol já não existe
minhas noites são tão tristes
pois pra lua eu não sou nada.
Esperança me conforte,
não me deixe à própria sorte
a sonhar com minha lua.
Traga brilho aos olhos baços
e o prazer de ouvir do espaço:
“Meu amor, eu sou só sua”