Louco de amor

Não imagino como seria então lidar com todo esse sentimento,

Há coisas que não vão mudar, coisas que nos levarão ao arrependimento.

Então entro, sento e faço morada,

Não aguento ficar esperando tanto tempo para ajeitar a minha casa.

Deve haver um canto aqui ou tanto ali que não conheço,

Uma coisa aqui, outra ali que de tão velha perdeu o preço!

Ajeito aqui, mexo ali e assim tão pouco para mim está bom.

Não mexa aqui, não entre ali, não toque na vasilha dos meus bombons.

Tudo está tão bom e em perfeito estado,

Não há nada melhor do que está no seu mundo perfeito.

Mas ouço um som parecendo de um estilhaço!

Entrou-me uma loucura que quebrou a janela e desceu pelo telhado!

Deixando tudo desorganizado...

- Aqui está abafado, há quanto tempo deixou de sair? - Me perguntou a loucura espantada.

- Tempo suficiente para esquecer como é lá fora. E assim segui com o diálogo.

- Vamos relembrar como é viver!

- Assino meu atestado de loucura se eu pensar em amar.

- Mas não falei em amar, eu disse viver!

- Mas não há vida bem vivida lá fora sem amor!

- Ser louco é bom!

- Ser louco é sofrer!

- Amar não é tão ruim, sabia? Deixe-me morar aqui com você!

- Não tenho escolha, você já entrou e estragou tudo, deixou tudo aberto, daqui a pouco começa a entrar os outros sentimentos e ai me torno como você!

Louco de amor.