apenas um poema

Queria te escrever um poema que falasse de rios, pássaros e nadas,

como os de Manuel de Barros, afim de chegar mais perto do que és.

Queria escrever um poema e oferecer-te secretamente, como às pedras de Quintana

E que apesar da distância pudesses ouvir...

Escreveria-te se pudesse, míseros versos que fossem, só para oferecer-te tudo o que sinto em silêncio. Mas sinto informar que faltaria-me o vocabulário vasto, as referências empolgantes e as entonações necessárias para que te chegassem (estes meus sentimentos confusos), como realmente são.

Rabisco-te então, apenas possibilidades de textos, contextos e contudo um pouco de nadas, de mim de tudo o que há de mais inspirador em você que me contamina.

Que bom a poesia não carece da tal consumação, para se colocar em existência.

Mas que se fosse preciso, e se por acaso soubesse, lhe faria um poema.

Nandi Ferreira
Enviado por Nandi Ferreira em 12/04/2014
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