Pássaro ferido
Vejo-te triste, muito distante, voando no tempo.
Fugindo de um desejo, de um sonho, de uma esperança.
Vejo-te calado, no palco da vida no gramado da natureza.
No controle do dia, das horas e dos momentos.
Desfilando as asas em ruas coloridas
Conquistando fantasias, mergulhando nos braços do universo;
Na força que te guia que te faz chegar às alturas;
Aonde quer chegar.
Longe de um carinho, sozinho e sem morada fixa.
Vejo-te voando, e observo o seu voo solitário.
Você voa e não para, não pousa.
Sobrevive na mudança de hábitos e costumes
Sabe que a única coisa certa e voar, repudiar perigos da vida.
Você voa, mas está ferido e suas asas estão sangrando;
E sabe que vai ter que parar e em algum lugar se abrigar.
Você voa e a paisagem do tempo está exposta
Assiste uma cena em plena tarde de outono
Voa tentando apagar as indiferenças abraçando uma chance;
Que ainda existe em meio á dor longe de seu ninho
Seu canto já não existe, sua pena está escura.
Seu coração bate forte e ainda respira
Ver á vida num pequeno fio
O que parecia realidade se torna distância.