A Viagem

Ela estava desesperada

Porque ia partir pra longe,

Muito longe daqui

E decidiu que deixaria uma mensagem...

Enquanto ele também estava desesperado

Porque ninguém conseguia amá-lo

Assim como ele um dia havia amado...

Na última noite, ela resolveu sair pela última vez

E ele, como sempre, andava sozinho pela madrugada

Sem rumo, sem destino.

Ele olhava fixo naquelas águas

Que corriam sob a ponte

E ela chegou, mansa, do seu lado,

Se olharam por alguns segundos

E ele voltou a olhar aquelas águas

( já não mais tão fixo assim...).

Naquela hora

o silêncio tomou conta da situação.

Ele se encoraja e pergunta

Se ela já havia sofrido alguma vez,

Sensação solitária ou algo parecido

E ela,

Mesmo sabendo que se tratava de um estranho,

Respondeu com lágrimas e um forte abraço.

Ele, ainda comovido, chora também

E permanecem abraçados,

Carícia mútua...

( ELES SE ENVOLVEM MUITO RÁPIDO...)

Depois de uma longa conversa descontraída

Ela volta a chorar e se despede com um beijo,

Vira as costas e vai embora, sem olhar pra trás.

Ele sem entender nada

Implora que ela fique,

Mas é tudo em vão.

Ele continua a implorar

Mas ela faz de conta que não escuta,

Chora discretamente e some.

Com medo de uma nova solidão

Ele corre por todos os lados

A procura de seu mais novo amor

( talvez o único realmente )

Enfim o encontro:

Ela estava no canto de uma igreja

Com seus pulsos cortados,

Caneta, e um bilhete amassado:

“ME ENTREGUEI A ELE COM UM BEIJO,

E ONDE QUER EU ESTEJA

E ONDE QUER QUE ELE VÁ

ESTEREI SEMPRE COM ELE”

Dois meses depois ele descobriu

Mas não queria acreditar:

ERA AIDÉTICA...

PoeTa DaHLua
Enviado por PoeTa DaHLua em 09/05/2007
Reeditado em 06/11/2012
Código do texto: T480857
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