Desertos (05/2010)
A paixão invoca desejos extremos
Nos faz vociferar de tanta tristeza
Impedir tal maldição não podemos
Pois seu calor derrete toda frieza
O devastador desejo:
Olhar os lábios e querer beijos
Olhar nos olhos e tentar enxergar amor
Tentar parar o tempo
Com a força de um abraço...
Paixão é algo que faz o poeta dentro de nós
Perder a rima e a linha...
Quem disse que podemos nos queixar
Pois conflito é o que compõe a vida
A grande luta que não podemos deixar
Mesmo que o algoz seja a pessoa querida
A injusta guerra exila sem hesitação
Para um árido deserto distante
Longe da realidade constante
Fazendo miragens no coração
Saara que nos derrete ao meio-dia
Deserto que nos abandona na noite
Saara que nos congela na escuridão tardia
Deserto que nos queima como açoite
Paixão está para amor fraternal
Assim como deserto para bosque setentrional
Todos querem seguir de forma segura
Mas no fundo todos amam uma aventura!