Encontro irreal

Hoje deixei que minha alma fosse até você.

Tão serena, sem que minha consciência percebesse,

saiu em silêncio, sem alardes ou pronunciamentos espontâneos.

Simplesmente minha alma se envolveu nas cobertas do mistério

e caminhou risonha até a cama onde descansava seu corpo.

Estava sob lençóis brancos, a pele nua, o semblante de paz.

Paz esta, que minha alma nômade busca sem cessar.

Sem malicia minha alma tocou seus pés,

queria mesmo acordar sua alma para sairmos fazendo estripulias.

Mas sua alma estava em paz e não se deixou perturbar.

Minha alma sem juízo tocou seus lábios, o beijo impossível.

Acomodou-se sobre seu corpo, sentindo seu calor.

Aconchego perfeito para uma alma sem norte.

O perfume destila uma presença divina, união impossível.

Mas o frio enfraquece a energia da minha alma.

Eis que é hora de voltar ao meu corpo, escravo de tantos desejos imperfeitos.

Minha alma se debate, seu corpo percebe uma presença.

De ímpeto senta e só vê a luz desaparecer entre as frestas do seu olhar.

Minha alma chorando volta ao meu leito sentindo a infinita ausência da tua paz!

Denia Dutra
Enviado por Denia Dutra em 15/06/2014
Código do texto: T4846320
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