Prefiro perder um amigo que queria fosse só meu amigo!

Quando diz que me ama, eu me pergunto:

Por que você me ama?

Ninguém ama gratuitamente.

Sempre quando se ama, espera-se um retorno.

E o que espera deste amor?

Amor platônico?

Ah, não existe!

Pode-se até amar em silencio por algum tempo...

Mas depois, ou este amor adormece, ou vem o sexo.

Esperar que diga te amo para alimentar sua fantasia,

Seria como negar o próprio amor, pois não é isto que você quer.

Mas o que quer realmente?

Que eu seja sua amante?

E por que não?

Não para mim.

Gosto de exclusividade e sou exclusiva.

Por não alimentar seu amor,

Perco um amigo que eu queria fosse meu amigo,

Pois seu amor quer mais que as duas sílabas do amor.

Quer as duas silabas do prazer: qual seja sexo.

Que lindo seria juntar amor e sexo.

Seria o ápice de dois desejos,

Mas existe outro amor, outro sexo, outro corpo.

Inconciliável a tríplice relação sem dor.

Por isto, não digo que te amo!

Prefiro perder um amigo que queria fosse só meu amigo,

Para não nutrir sua ilusão que existe amor nos meus olhos.

Pois maior que o amor, que o sexo, que o prazer,

Existe a consciência tranquila...

Eis que encravo a espada nos seus sentimentos,

Abortando o amor que pensa você ser eterno.

Eterno mesmo somente Vinicius,

Pois os versos de amor se compõem...

E o sentimento adormece como pétalas sob sereno,

Exalando somente a certeza que um dia

O vento trouxe o amor e ungiu sua alma.

Denia Dutra
Enviado por Denia Dutra em 19/06/2014
Código do texto: T4850379
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