AMOR

Hoje é segunda uma dor oriunda

Como se o nada que fosse me inunda

É saudade o nome que não mata a sede na fonte

Quando o sol me acaricia a fronte

Atravesso a invisível ponte que me leva até você

Deslizes são percalços necessários da ciência

O amor é um enigma um poder

Jamais pode ser decifrado

Apenas sentido sem uma razão de ser

A flor de plástico imita a verdadeira

Mas jamais seria capaz de exalar a sua essência

Não se pode ser feliz sem as marcas da cicatriz

Você é minha cicatrizada luz

Minha ausência da cruz

Não posso viver em tua superfície

Não posso tocar naquilo que não vejo

Reconheço-me mais em teu ser

Como o leite que se transforma no queijo

Como planta que reverencia o percevejo

Teus olhos são minhas ternas bolinhas de gude

Garotas fáceis aos meus olhos não são ternas

São descartáveis como sanduíches de “fast-food”

Não consigo me desligar-te da hora

A saudade me engole me devora

Meus olhos são goteiras que choram pra fora

Tu és a minha melhor parte minha humana arte

Quando dizemos pra dar tempo ao tempo

É só pensar em você que tudo cura

Até o sol aparece na noite escura

Nesta fusão de nós

Como gotas de chuva plasmada na janela

Entrelaçamo-nos

Amalgamamo-nos

Somos viés e cós

Livres e leves como purpurina e pós

Somos andarilhos ciganos

Não guardamos acentos

Loucos e insanos como “indirecionáveis” ventos

Mas juntos como terra e cimento

Juntos misturados contritos contrastados

Alicerçados no amor

Elo e elemento

Porque o amor é um eterno momento

Caule que respira flor

Dos meus olhos tu és a cor

Se tiveres prazer deslizas macia em conserva

No meu coração como uma pequena enchova

Simples assim flutuante como segredos de alcova...

Se te machucas é minha a tua dor

Quando sinto tua falta

Pego tua foto no porta-retratos como um lindo relicário

Estranho... É como se estivesses presa dentro de um aquário...

Adormeces e esquece-se da vida

Mais nunca acordas deste sono profundo

Sem que meus olhos te velem no mundo...

Tua pele é minha estrada

Sem minha amada

A vida é nada

É crime sem digital

Banquete sem sal

É liberdade condenada.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 25/06/2014
Código do texto: T4857535
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.